1.7.09

Vermelho

Um coral encandecido se agitava em sua cabeça. Seguindo um ritmo suave e sem demasiada ansiedade, cada voz se provava única, cada uma com sua própria cor, mesmo nas horas mais escuras.
Não foi suficiente o frio da madrugada, preparado por noites nas mais altas montanhas, para deixá-lo rijo, insensível. Bastou apenas que ela lhe dissesse que o não queria.
Congelando ou não, ele foi capaz de se erguer como vulcão. Aquele que sempre soubera ser, mas nunca tivera coragem de mostrá-lo. Sempre temeu que alguém pudesse ser ferido. Mas no momento em que seu companheiro de batalha e sofrimento lhe deu aval, não podia mais contê-lo, apenas explodir!
Foi necessário apenas uma boca, vermelha como seu sangue, para excitá-lo. Mesmo perdido entre o verde e o negro da floresta ao seu redor, ele via, pulsante seus lábios e os desejava, mesmo sabendo que poderia nunca tê-los.

Um passo, dois sonhos
Você deitada sob mim e eu trêmulo
Viciado em seus fios e costuras
Dependente de sua estatura
Completamente cercado

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