One Door and one Machine to rule´em all.
E então ele disse: Que se faça a luz. E trêmula ela surgiu tímida.
Assim, naquela manhã de 44, o mundo se fez através dos sons, pelas sombras e violência.
Os primeiros fracos suspiros se originaram de algumas centenas de vidas comuns, que espantadas observaram o afetado rato se dirigir com pressa ao pequeno vulcão e à sua boca cinza.
De repente o chão tremeu, devagar, uma vez após a outra, como se o Diabo estivesse querendo saber quem ocupava a face do planeta: seu lugar por direito. Em sua ira repentina, o Diabo atravessa as portas incandescentes em direção à sua vingança e um a um os poucos suspiros cessam.
Sua voz rasgava os céus e seus pés atingiam o chão como tormentas de inverno: Então vocês acreditaram que poderiam chegar aqui e simplesmente crescer e se multiplicar? Não há espaço para seres fracos. Se querem aqui viver, lutem!
Como o rato e sua corrida, que foi a primeira lição aprendida, os homens correram e nos buracos mais escuros buscaram abrigo das esferas flamejantes que tentavam lhes queimar os pulmões. Em vão.
Após queimar metade da face do planeta, o Diabo acreditou ter eliminado seu problema e se retirou. Mas assim como os ratos os homens são capazes de ir fundo para se esconderem e sobreviverem.
Segundos mais tarde o primeiro pequeno nascia, banhado em sangue, óleo e fogo.
As primeiras vozes calmas, que não agrediram o planeta foram de seus pais: Mamãe te ama pequenino e papai também. O fogo pode te castigar agora, mas a leveza do céu irá te curar.
E seu pai, utilizando seu último suspiro pulou, pulou para o céu. Tomando o Azul do imenso firmamento em seus braços, trouxe a cura para seu filho e faleceu.
Com todo cuidado, sua mãe o limpou, tratou suas feridas e o alimentou.
O contato tão cedo com o Azul lhe transformou, sua pele adquiriu uma tonalidade azulada e clara.
Alguns dias depois sua mãe também fora consumida pelas chamas e o Pequeno Azul, pela primeira vez, saiu de sua toca. O planeta se apresentou para ele, tomado pela escuridão.
Sem saber por qual motivo tudo a sua volta era incandescente ele gritou: Pai! O que você deixou para mim? E lhe faltando ar suspirou: Além dessa azulada, pálida e fraca pele.
Em resposta, seu coração lhe respondeu para ter calma e cuidado.
O Diabo viu uma das paredes de seu vulcão deixar uma pedra cair pela vibração causada pelo grito inconsequente. Mas suas paredes sempre tremiam em ira e os homens já estavam todos mortos.
Passo-a-passo o Pequeno Azul foi conhecer sua herança. O chão começava a congelar no meio da noite e os corpos carbonizados estavam ao redor de sua toca. Foi então que ele soube como o Diabo tirou seus pais dele.
Esse é o início da história. Não sei se vou postá-la inteira, já que ainda não está acabada.
Mas a criação de uma lenda é por si só uma tarefa ingrata.
Valeu Zolet pela pequena ajuda nesse início. Acredito que me ajudará mais ainda no decorrer da criação do resto da história.
Para você eu digo sim.
Há 11 anos
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